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Existem alturas que nos fazem pensar sobre a nossa vida… donde viemos… onde estamos… onde queremos estar ou chegar, entre muitas outras incógnitas de teor filosófico. Mas julgo que pensamos sobretudo no que podemos mudar para conseguir chegar onde queremos.
Estes momentos podem acontecer mais ou menos vezes, por razões mais complexas como uma reviravolta na vida ou uma situação que não estávamos a contar ou simplesmente por um aniversário ou um fim/início de ano escolar ou civil (o que também acaba por se aplicar aos aniversários, uma vez que estes são também fins/inícios de anos de contagem sobre um evento em particular).
Na maioria dos casos são momentos que, por um curto período de tempo, nos relembram a efemeridade do próprio tempo. Que nos relembram que não vamos viver para sempre e que o tempo corre, mesmo que não nos apercebamos disso continuamente (ainda que nos possamos lembrar disso constantemente). São lembretes automáticos, e algumas vezes aleatórios, à nossa vontade de atingir/ser algo que ainda não atingimos/somos (porque há sempre um local melhor onde chegar, dentro ou fora de nós, ainda que possamos não o conseguir definir).
É nestes momentos que simplificamos as coisas ao ponto de ter a coragem de resumir em algumas palavras ou objectivos as nossas metas de vida (ou de um período desta). Alguns de nós, chegamos mesmo a ter a audácia de nos iludir com a ideia de que a partir daquele dia programado tudo irá ser diferente.
A expressão em português que mais me ocorre neste momento serão os desejos de ano novo. Clássico exemplo de uma altura que muita gente espera chegar, e até com algum entusiasmo, pois será a partir desse acontecimento que a sua vida irá mudar. Será de um dia para o outro que tudo se tornará melhor; Será de uma hora para a outra que a vida nos vai sorrir; Será de um minuto para o outro que vamos fazer tudo bem; Será de um segundo para o outro que vamos mudar para (quase) sempre…
Não admira que seja mudança de pouca dura na maioria dos casos… Apesar de achar possível a mudança radical e abrupta, não considero que seja comum esta ser planeada. Acho que uma mudança radical e abrupta acontece, não se planifica. Então, uma mudança planificada está destinada ao fracasso? Claro que não! Pelo menos, não como regra. Mas para ser planeada (portanto, sem um motor suficientemente forte para causar uma mudança radical e abrupta) a mudança deve ser faseada e progressiva de forma a ser sustentada.
E é com este tipo de mudança faseada, progressiva e sustentada que, de alguma forma, começo este espaço. Como uma forma de afirmação da possibilidade da minha mudança, da mudança de uma vida sem grande controlo consciente do meu tempo e do meu tempo “livre”. Começo este espaço com a ideia, entre muitas outras que irei explorar com o tempo, de me monitorizar a fim de controlar a minha gestão de tempo. Espero que a minha mudança seja tal que, pelo menos, consiga aplicar algum do meu tempo livre para este espaço uma vez por semana…
O começo de uma possível mudança foi dado, uma nova fase temporal começou. Será um ano?… Um mês? … Um dia? No mínimo, foi atingida uma ilusão de sucesso. Por isso, para mim e para todos aqueles que anseiam a mudança dependente de si próprios, desejos de um Feliz Ano Novo!
imagem de: http://encontrei.wordpress.com/2009/01/01/